Por que precisamos parar de romantizar o trabalho excessivo
VOLTAR
|Desenvolvimento Pessoal

Por que precisamos parar de romantizar o trabalho excessivo

A Síndrome de burnout foi oficializada como doença crônica e agora faz parte da lista da Organização Mundial de Saúde (OMS), apesar disso, muitos ainda não compreendem sua seriedade e consequências.

null

Também chamada de Síndrome do esgotamento profissional, a Síndrome de burnout foi assim denominada pelo psicanalista alemão Hebert J. Freudenberger em 1974. Trata-se de um distúrbio psicológico que se caracteriza pelo estado de tensão emocional e estresse provocados por condições de trabalho desgastantes.

O número de pessoas afetadas por burnout é cada vez maior, um estudo realizado pela agência Gallup com quase 7.500 empregados, constatou que 23% dos funcionários relataram sentir-se esgotados no trabalho com frequência ou sempre. Já 44% relataram sentir o esgotamento às vezes

Segundo um ranking realizado pela International Stress Management Association, o Japão é de longe o líder em esgotamento no trabalho, com 70% da população economicamente ativa sofrendo da síndrome. Em segundo lugar o Brasil com 30%, seguido da China com 24%, Estados Unidos com 20% e Alemanha com 17%.

No Brasil, segundo a Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, na comparação entre os anos de 2017 e 2018, o crescimento de afastamentos por esgotamento do trabalho chegou a 114,80%, indo de 196 para 421 casos.

Ainda assim, pessoas romantizam o trabalho excessivo para obter sucesso profissional.

Personagens workaholics são maravilhosamente retratados em filmes e livros biográficos, nos contando histórias de pessoas que conquistaram o sucesso e nos fazendo acreditar que se não “chegamos lá” é porque ainda não nos sacrificamos o bastante.

Enquanto eles dormem…durma também!

Imagens motivacionais circulam na internet, com frases como:

“Estude, enquanto eles dormem.

Trabalhe, enquanto eles se divertem.

Lute, enquanto eles descansam.

Depois viva o que eles sempre sonharam.”

Em função de mitos como esses, pessoas têm deixado de sair com seus amigos, se alimentam mal, dormem poucas horas por dia, dedicam suas madrugadas para estudar e assistir a palestras e cursos na internet e assim vão esgotando suas mentes e corpos.

E isso é muito sério. A síndrome de Burnout pode afetar sua performance profissional, sua saúde física e relações sociais. Entre os sintomas estão irritabilidade, mudanças de humor, dificuldade de concentração, agressividade, isolamento, ansiedade e falhas de memória.

A sobrecarga de trabalho fará com que seu corpo comece a falhar, você não irá mais conseguir pensar, nem socializar, e todo o seu árduo esforço terá sido em vão.

Muitas vezes nos espelhamos em casos de sucesso e nos baseamos na histórias de vida de outras pessoas, assim criamos metas e expectativas que podem não corresponder à nossa realidade. Algumas pessoas têm mais sorte, outras mais possibilidades, algumas atingem determinado sucesso mais jovens e outras mais velhas. O fato é que cada um de nós possui a sua própria história, que é única, com diferentes adversidades e conquistas.

Mais sobre o tema

Se você quer saber um pouco mais sobre o tema, indicamos um vídeo bem legal em que o Drauzio Varella entrevista o neurocirurgião Fernando Gomes sobre estafa mental e fenômenos relacionados como o estresse e o burnout, explicando inclusive a diferença entre eles.



Follow us @beliive.br