Por que líderes deveriam construir comunidades dentro das empresas
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Por que líderes deveriam construir comunidades dentro das empresas

Como o sentimento de pertencimento pode inspirar e motivar os colaboradores

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A ideia de colaboradores engajados, trabalhando de maneira sistêmica, entendendo outras áreas, ajudando outros setores é muito bonita, mas como motivar as pessoas para trabalhar em comunidade? Afinal, o que é comunidade?

Um erro muito comum dos setores de Gestão de Pessoas e Comunicação, que geralmente trabalham juntos, é achar que uma comunidade é construída PARA as pessoas. Uma comunidade que vai de fato funcionar é construída COM as pessoas. Não se escolhe um objetivo e se diz para os colaboradores: - Pronto, esse é nosso propósito e vocês precisam comprar a ideia e trabalhar juntos para alcançarmos a meta. Isso está longe de ser uma comunidade.

O sonho, o escopo deve ser escolhido com as pessoas. Elas devem se sentir parte de todo o processo. Vamos pensar em grupo de pessoas com um objetivo em comum e que funciona perfeitamente: os grupos de corrida. De uns anos pra cá, o número de corredores amadores cresceu exponencialmente. Assim como as provas de rua, que hoje movimentam dinheiro e até atraem turistas para as cidades que têm esse tipo de evento esportivo. Por que tanto sucesso?

Porque a corrida, e o bem estar que ela traz, é o objetivo em comum. Além do mais, as pessoas que se organizam em grupo de corrida sentem-se parte de algo maior. Participam das provas vestindo as camisetas do grupo, ficam felizes quando algum colega chega ao pódio, tem destaque… É fazer parte de uma comunidade, onde a participação do todo é mais importante.

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Golden Circles

Se você já andou vasculhando os vídeo do TED, provavelmente já assistiu o vídeo Golden Circles do Simon Sinek. Em poucos minutos, o especialista em liderança demonstra que as marcas que mais fidelizam são aquelas que conseguem criar comunidades de pessoas que não compram apenas os produtos que as companhias vendem, e sim o porquê elas fazem o que fazem. São os “porquês” que inspiram as pessoas.

Por exemplo, por que os funcionários de uma academia se sentiriam realizados e motivados a levantar todos os dias antes do sol nascer para abrir o local e esperar os clientes que vão malhar?

Se o dono da academia fizer com que os colaboradores entendam que são eles que possibilitam que essas pessoas se sintam melhores, que tenham mais saúde, mais qualidade de vida, se eles notarem que o “simples” fato de abrirem a academia faz com que os clientes sejam inspirados, então as coisas começam a mudar significativamente na motivação e senso de comunidade desses funcionários.

As pessoas importam

Quando se tem um “porquê” muito bem definido, fica mais fácil de fazer as próximas perguntas: Quem se importa? Como selecionar pessoas que se identificam com esse porquê? Quem está disposto a se juntar a causa? E o mais importante: O que melhoraria se todos se envolvessem e contribuíssem?

Muitas vezes, vemos esse senso de comunidade querendo ser construído de cima para baixo, isto é, partindo da liderança da empresa para os colaboradores, que são tratados como audiência apenas. Porém, é aí que acontece o erro mais comum, porque os colaboradores são as pessoas que devem colocar a mão na massa, estão lá para fazer acontecer.

Como construir uma comunidade COM as pessoas? Simples: dar espaço para que elas falem. É por meio da conversa, do diálogo com os colaboradores que encontramos os principais gaps da empresa e também as ideias inovadoras para fazer a máquina girar sem esforço e de maneira mais prazerosa para todos.

Quando isso acontece, os colaboradores se sentem valorizados e pertencentes a algo maior. É muito mais do que acordar cedo e passar oito horas diárias desenvolvendo apenas uma parte do trabalho. A visão sistêmica é finalmente tirada do papel e o indivíduo começa a ver valor na performance dele, por mais “pequena” que ela seja.

Motivados, eles acabam também olhando para o colega do lado e dando sugestões de como melhorar o trabalho ou encontrando interesses variados em comum. Aí vemos o surgimento de comunidades dentro da empresa. Pessoas que se ajudam e trabalham juntas com um objetivo em comum, com um mesmo “porquê”.

Muito além de colegas de trabalho, essas pessoas terão a oportunidade de trocar experiências entre si. Desde montar grupos de caminhada, trocar receitas e dicas saudáveis, até encontrar-se em happy hours com pessoas de outros times. Eu desconheço melhor maneira de fazer um grupo funcionar e inovar senão juntar pessoas com interesses e bagagens diferentes.

A empresa então agregou um valor muito maior do que salários e benefícios, mas agora os colaboradores têm a oportunidade de aprender e trocar ideias com outras pessoas. Algo que não se encontra facilmente no mercado de trabalho. Prova disso sãos os dados da Docebo que apontam que mais de 50% dos Millennials estão deixando seus empregos atuais por falta de aprendizado e trocas interpessoais.

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As pessoas querem passar seu tempo dentro de empresas que se preocupam com elas, que enxergam seres humanos e sua magnífica capacidade de trocar, sentir e aprender uns com os outros. Por isso, o futuro é a construção de comunidades fortes que engajam e acolhem.



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